sábado, 7 de março de 2009

Lula cria a cobra, alimenta-a e o PT já está sendo picado.

O PMDB tem, agora, a presidência do Senado, da Câmara dos Deputados, um PTB domesticadíssimo – e uma avenida pela frente. Quanto ao PT, só lhe resta sentar num tapete atrás da porta e reclamar baixinho, como naquela música consagrada por Elis Regina. A vitória de Collor deixou um travo na garganta das excelências petistas – especialmente na diretamente derrotada Ideli Salvatti. Afinal de contas, ela sempre foi a mais destemida defensora do governo no Senado. Uma verdadeira pitbull do Planalto. Quando o escândalo do mensalão estourou, foi ela a escalada para vociferar em defesa dos petistas. Fez o mesmo quando Calheiros se viu ameaçado de cassação e o Planalto decidiu salvá-lo. "Ideli é o maior exemplo de dedicação ao governo Lula. Nos momentos mais delicados, colocou toda a sua força a serviço do Planalto. Agora, isso não foi levado em conta. E sabemos que essa articulação não foi decisão deste ou daquele ministro. Foi uma decisão do governo. Não foi uma atitude justa", disse o senador Tião Viana, que também viu seu tapete ser puxado pelo governo quando disputou a presidência do Senado com Sarney.
Quem ajuda mortos-vivos a ressuscitar não pode reclamar de ser assombrado por eles. Calheiros, Sarney, Jader Barbalho (que até teve a mão beijada por Lula-foto acima) foram salvos da degola ou do ostracismo pelo governo petista e seus representantes no Congresso – e estes últimos pagam o preço por ter aberto tanto espaço para o PMDB. "O PT deu uma mãozinha ao PMDB e achou que seu aliado ficaria eternamente grato. Engano. O PMDB voltou mais forte. Os petistas foram bisonhos. Estão colhendo o resultado de sua falta de percepção", diz o filósofo Roberto Romano.

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