sábado, 18 de abril de 2009

Jornalista é condenada a oito anos de prisão no Irã

A jornalista iraniano-americana Roxana Saberi foi condenada a 8 anos de prisão no Irã, sob a acusação de espionar a favor dos EUA, segundo sua família e seu advogado.De acordo com seu pai, ela teria sido "enganada" para assumir a acusação.
"Roxana nos disse que nada do que confessou era verdade, mas que a intimidaram e disseram que se cooperasse seria liberada", afirmou Reza Saberi, sem informar quando aconteceu a conversa com a filha. A Casa Branca informou que o presidente dos EUA, Barack Obama, ficou "profundamente desapontado" com a decisão do tribunal iraniano. A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, disse que vai pressionar o governo norte-americano no caso.O Judiciário do Irã havia acusado formalmente a jornalista freelancer e ex-miss de espionagem, segundo a agência ISNA.Citando um juiz iraniano, a agência diz que Saberi aceitou a acusação.Saberi está detida há quase dois meses no Irã, na prisão de Evin, em Teerã. Na semana passada, ela recebeu a visita de seus pais.Jornalista freelancer de 31 anos, Saberi telefonou para seus pais no dia 10 de fevereiro deste ano dizendo que tinha sido detida, mas pediu a eles que não fizessem nada, pois pensava que não se tratava de um assunto sério.No dia 28 do mesmo mês, seu pai, morador da cidade americana de Fargo, decidiu vir a público após 18 dias sem notícias da filha. Segundo o pai, Saberi teria sido detida por ter comprado uma garrafa de vinho no Irã, país que proíbe a venda e o consumo de álcool. No entanto, as autoridades iranianas justificaram que a jornalista americana trabalhava "de forma ilegal", já que sua licença de trabalho havia vencido havia mais de um ano. A jornalista, que já colaborou com emissoras de televisão conhecidas internacionalmente como "BBC" e "Fox News", estava no Irã para escrever um livro sobre o país e cursava um mestrado em política iraniana.Roxana foi Miss Dakota do Norte em 1997 e esteve entre as dez finalistas do Miss América naquele ano. Sua mãe, Akiko, é japonesa, e seu pai é iraniano. Ela nasceu nos EUA e cresceu em Fargo, Dakota do Norte. No início de março, pouco depois de a notícia ter sido divulgada, o vice-promotor de Teerã, Hassan Haddad, anunciou que a libertação da jornalista ocorreria "em breve". Estados Unidos e Irã romperam suas relações diplomáticas em 1980, depois do longo sequestro da embaixada americana em Teerã e o triunfo um ano antes da Revolução Islâmica que derrubou a monarquia do último xá de Pérsia, o pró-ocidental Mohamad Reza Pahlevi. Em janeiro passado, após assumir o cargo, o presidente dos EUA, Barack Obama, se comprometeu a buscar uma nova relação com o Irã se o regime dos aiatolás "estender a mão". Nos últimos anos, vários jornalistas, pesquisadores e professores irano-americanos foram detidos pela polícia iraniana. Na semana passada, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, entregou às autoridades iranianas uma carta na qual explicava que a libertação de Saberi e a de um suposto agente americano desaparecido há de mais de dois anos na ilha iraniana de Kish seria entendida como um gesto de boa vontade.

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