quarta-feira, 10 de março de 2010

Lula e o cinismo atroz

Em entrevista dada hoje à Associated Press, o Presidente Lula externou declarações sobre a morte de um preso, após em greve de fome, em Cuba, que foram consideradas "oportunistas" e "incoerentes".
As manifestações partiram de parlamentares da Câmara e Senado e também pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
O deputado Raul Jungmann (PPS-PE), afirmou que Lula erra ao comparar os presos comuns dos presídios brasileiros com os detidos em Cuba por crimes políticos. "É mais do que oportunismo, é de um cinismo atroz."
Jungmann criticou ainda a declaração em que Lula afirma que não vai se intrometer na legislação, muito menos na Justiça cubana. Segundo o deputado, Lula interveio em Honduras porque acreditava que o presidente deposto, Manuel Zelaya, sofrera um golpe da "direita", embora tenha sido deposto judicialmente. Mas no caso de Cuba, uma "ditadura de esquerda, Lula diz que não se intromete". O deputado Emanuel Fernandes (PSDB-SP), compartilhou do mesmo discurso. "O Brasil tem que ser contra a prisão política. Todo o esforço do País em ter uma política externa de relevo vai por água abaixo com esse discurso do presidente", afirmou. O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), classificou de "incoerente" a declaração sobre não intervenção. "Tivemos uma ação de interferência na Itália, quando ele não quis extraditar o terrorista Cesare Battisti. É uma posição ao sabor dos ventos. Acredito que o presidente esteja sendo incoerente com o seu passado. Não é possível comparar preso político com criminoso comum", afirmou. A posição dos parlamentares foi seguida pelo presidente da OAB nacional, Ophir Cavalcante. "É uma questão de viés ideológico. A leitura que o governo Lula faz do regime de Cuba é de que é um governo popular e socialista e estaria legitimado. Nossa sociedade tem outra formação que não condiz", afirmou. "Parece que o presidente confunde a greve com fins políticos com greve de fome feita por criminosos comuns. É uma comparação que não tem cabimento. Eu não sei que finalidade há por trás disso, mas essa é uma comparação sem nenhum tipo de fundamento".
*Com informações da Agência estado.

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