domingo, 13 de junho de 2010

Petista preso em 2005 quer reaver dinheiro “da cueca”


Por Andreza Matais, na Folha:
Em 8 de julho de 2005, em meio ao escândalo do mensalão, o então assessor do PT José Adalberto Vieira da Silva foi preso no aeroporto de Congonhas (São Paulo) com quase meio milhão de reais. Uma parte do valor (US$ 100.559,00) que seria destinada ao partido estava escondida na sua cueca, peculiaridade que o colocou no anedotário político. Virou até marchinha de Carnaval.Cinco anos depois, José Adalberto vive a expectativa de reaver o dinheiro apreendido. Como estratégia, declarou o montante -fruto de propina, segundo o Ministério Público- à Receita. E foi multado em R$ 200 mil. Adalberto mora numa casa simples, em rua sem asfalto, em Aracati (CE), que tem Canoa Quebrada como uma das suas praias famosas. Montou uma pequena mercearia e vende farinha e chinelos a clientes que compram fiado e pagam quando recebem o Bolsa Família.
Das dez pessoas do caso que respondem a processo, ele é o único que continua com os bens apreendidos, embora já haja decisão da Justiça de liberá-los por considerar que o valor baixo de seus bens não cobrirá a ação, caso seja condenado. Após o escândalo, perdeu o emprego de assessor parlamentar e deixou o PT após 17 anos.Quebrando o silêncio de cinco anos, ele revelou à Folha sua estratégia para recuperar o dinheiro. “Declarei [o dinheiro] porque entendi que tinha que declarar, afinal de contas o dinheiro estava comigo, não pertence a ninguém, então eu declarei como sendo uma doação e pronto. Ninguém vai ouvir da minha boca quem é o doador. Sobre isso não falo.”

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