sábado, 4 de setembro de 2010

Um estranho caso

Fotomontagem Toinho da passira
O PT e o staff da campanha da candidata Dilma Roussef se depara com um tropeço desnescessário no caso da violação do sigilo fiscal de Verônica Allende Serra, empresária e filha do presidenciável tucano José Serra. O partido, que informara que a própria Verônica Serra pedira a quebra do seu sigilo fiscal à Receita Federal do Brasil, viu-se diante de uma verdade incontestável: a constatação de que se tratava de uma grosseira falsificação de documentos com objetivos, digamos, espúrios.
Serra, de pronto, já afirmara que se tratava de mais uma mentira de um governo que se caracterizou pela militância "aloprada". O tabelião Fabio Tadeu Bisognin, responsável pelo 16º Tabelião de Notas de São Paulo, enviou ofício ao juiz corregedor da 2ª Vara de Registros Públicos, vinculada ao Tribunal de Justiça de São Paulo, informando que constatou fraude no documento que faz parte da sindicância da Receita Federal que apura a violação de sigilo fiscal de integrantes do PSDB. O documento analisado por Bisognin, supostamente assinado pro Verônica Serra, é uma solicitação à Receita Federal para que providencie cópias das declarações de renda da filha do candidato do PSDB, referentes aos exercícios de 2007 a 2009. A suposta assinatura da filha de José Serra aparece no documento com firma reconhecida pelo 16º Tabelião, que não tem em seus arquivos cartão de assinatura de Verônica Serra. “Não é autêntico. Não foi feito no 16º Cartório de Notas, é falso, ela não tem firma depositada neste cartório”, afirmou Fabio Tadeu Bisognin. Durante entrevista, Bisognin disse os funcionários da Receita Federal poderiam identificar a fraude. “Se eles tiverem padrões do meu reconhecimento de firma verdadeiro, eles, possivelmente, têm condições, inclusive porque meu nome está errado”, declarou. Resumindo, o Brasil está a um passo de se transformar na versão continental de Cuba, com direito a detalhes truculentos importados da vizinha Venezuela. Em reação indignada o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, fez na noite de ontem o seu mais duro discurso de oposição ao governo Lula. O tucano classificou o PT e a presidenciável Dilma Rousseff como inimigos da liberdade e da democracia. "Quando os tiranos ou candidatos a tiranos desejam subjugar uma sociedade, começam restringindo a liberdade", afirmou no Encontro com Prefeitos, organizado pela campanha tucana. "Aqueles que foram de esquerda e que hoje não são nem isso nem aquilo são mais para fascistas", completou. Em discurso inflamado, Serra evocou o caso do caseiro Francenildo dos Santos Costa, que teve o sigilo bancário quebrado em 2006 após denunciar a participação do então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, em reuniões com lobistas em uma casa em Brasília, onde haveria festas e partilha de dinheiro. O candidato tucano relacionou a violação dos dados de Francenildo com o vazamento de informações fiscais de pessoas ligadas a sua campanha e de sua filha, Verônica. "Quando se viola o sigilo bancário de um caseiro, viola-se a Constituição. Quando se viola o sigilo fiscal de uma filha nossa, viola-se a Constituição", afirmou Serra. *Fontes: Ucho Info, Estadão

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