segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Duas lorotas do Governo Dilma: "Herança maldita" e "partidos aliados".

O governo federal, diretamente ou por meio de seus jornalistas, ex-jornalistas e blogueiros a soldo, tem adotado duas explicações mentirosas para tentar justificar os descalabros do início desta gestão. E são cascatas interligadas. Vamos a elas.
Herança Maldita
Não há herança alguma, pois Dilma não representa apenas continuidade partidária, mas a manutenção do governo anterior. Ela não era a ministra principal? Pois então tem toda a responsabilidade sobre o inferno cambial/inflacionário revelado convenientemente apenas depois das eleições – e resultante de gastos absurdos para alimentar a popularidade do ex-presidente.
A coisa chegou a tal ponto de imbecilidade que alguns palpiteiros pagos pelo governo chegaram a “elogiar” a presidente depois da demissão de Palocci – como se o Espírito Santo o tivesse nomeado Ministro da Casa-Civil e, antes disso, coordenador geral da campanha de Dilma.
Risível. Ela é responsável por tudo que houve na gestão passada e se reflete na de agora e também pelas nomeações que faz. E vale lembrar: Lula precisou ir a Brasília para colocar ordem na casa depois da “bateção de cabeça”.
O fato é que NÃO EXISTE separação de responsabilidades entre governo Lula e governo Dilma. A atual presidente é responsável direta pela herança recebida – sem ela, não se elegeria; com ela, tenta fugir da raia alegando que já recebeu tudo assim.
Partidos Aliados
Depois do escândalo absurdo no Ministério dos Transportes, especialmente no DNIT, a petistosfera progressista achou por bem adotar uma tese das mais idiotas: “a culpa é do PR”. Assim, mesmo, sem nem aquela.
Voltemos ao mensalão. Segundo o procurador geral da república, o LÍDER DA QUADRILHA era do PT, não do PR – e esta última legenda atuaria SOB O COMANDO PETISTA, nunca o contrário (óbvio). E é o normal quando se trata de partido aliado ocupando pasta no primeiro escalão.
O querido Diogo Mainardi certa vez deu uma dica para quando surgisse caso de corrupção: “procure o petista”. A tarefa se tornou simples e certeira, de modo que resolveram sofisticar. Agora, procuramos pelo petista de nome estranho e, no DNIT, encontramos Hideraldo Caron – integrando um time formado por Delúbio, Erenice, Freud, Gedimar, Valdebran e muitos outros…
Segundo o TCU, ao menos cinco obras sob responsabilidade do petista Hideraldo estão com sobrepreço. O “sobrepreço” está para as obras públicas assim como o “recurso não contabilizado” está para o mundo das campanhas. Mais um pouco, e vão dizer que foi apenas um “erro”.
De todo modo, Hideraldo é do PT (não do PR) e está no DNIT desde 2004. Estava, na verdade, pois pediu exoneração poucos dias depois de ele próprio dizer que não sairia de lá.
Enquanto a Polícia Federal e o Ministério Público investigam mais essa, convém deixar claros esses dois pontos: a) Dilma não pegou herança alguma e é responsável direta pelo que “recebeu” (já que ela própria “entregou”); b) não tem o menor cabimento culpar esta ou aquela sigla, como se não houvesse participação direta de gente do PT nos escândalos e, mais ainda, como se essas alianças não representassem parcela considerável do plano de poder petista.
Dilma se elegeu nas costas de uma popularidade erguida às custas de irresponsabilidade fiscal e nos gastos públicos; e se elegeu alegando ser boa gestora. O que se vê é o reflexo da baderna com o erário e, de fato, uma gestora ridiculamente despreparada. A ponto de culparem partidos aliados ou tentarem fingir que há uma “herança”.
Por ora, a Presidente é um fiasco.
* implicante.org

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