quinta-feira, 7 de março de 2013

A morte de Chávez, tragédia ou dádiva divina.



A morte do caudilho venezuelano, chorada pelos socialistas e festejada pelos demais, pode ser vista como tragédia para os primeiros ou como uma dádiva divina pelos últimos, uma espécie de "solução biológica" que, com a inestimável ajuda da incompetente e atrasada medicina cubana, que o país recebeu da Graça de Deus e que poderá propiciar à Venezuela a sua recuperação política e econômica do inferno socialista em que foi jogado pelo regime chavezista. 

O câncer de Hugo Chávez sempre esteve envolto em grande mistério e sabe-se hoje ter se tratado de um rabdomiossarcoma, um tumor muscular de baixa malignidade, localizado no músculo psoas-ilíaco esquerdo, que, todavia, não foi diagnosticado com acerto pela medicina cubana, o que levou a erros de tratamento e uso de terapêutica inadequada que acabou por produzir metástases para a coluna vertebral, ossos da pelve e finalmente pulmonares. Tivesse sido tratado adequadamente, no Brasil ou nos EUA, estaria vivo e bem de saúde hoje. 


Não são poucos os que acreditam, na Venezuela, que Hugo Chávez Frías regressou de Havana – para onde viajou em 8 de dezembro último para se submeter a mais uma cirurgia – já morto, numa situação de “vida” vegetativa (entubado e respirando por aparelhos). Nesse meio termo, o vice-presidente Nicolás Maduro se apossou ilegalmente do poder – quando pela Constituição do País, o Presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, é que teria que assumir a presidência interina do país em virtude da incapacidade física de Chávez de tomar posse de seu quarto mandato consecutivo e convocar novas eleições presidenciais num prazo de trinta dias. 


Mas, ao que parece, Cabello colaborou com a cúpula chavezista bem como com os chefes militares com os quais Chávez havia "aparelhado" as forças armadas do país, com esse golpe constitucional comandado por Maduro. 


A decisão, considerada como irracional pelos constitucionalistas venezuelanos, gera dúvidas sobre se Chávez poderia ou não declarar-se presidente eleito ou presidente 'funcional'. Ela criou um vazio de poder que será difícil de preencher, e poderá suscitar uma crise política, caso Nicolás Maduro não consiga garantir a continuidade do chavezismo. Maduro, é um ex-sindicalista do metrô de Caracas (amplamente financiado por Brasília através do BNDES), e enfrenta o desafio de arranjar outro presidente carismático, tão populista e demagógico quanto Chávez, que "fale a língua das classes populares ignorantes e viciadas com o distributivismo estatal do regime" para ganhar base eleitoral. 


Outro desafio para o chavezismo é o de contornar a feroz crise econômica no país, causada pela fuga de capitais do país e de mão de obra qualificada (esta responsável pela maioria das dificuldades que atravessa a PDVSA) e o desabastecimento intenso que atinge a população venezuelana, mormente a de menor poder aquisitivo. 


Chávez tinha regressado de Havana em 18 de fevereiro, sem ser visto ou ouvido por quem quer que seja até o anúncio de seu falecimento. Durante todo esse tempo, reinou a incerteza e a desconfiança entre os venezuelanos, a quem lhes foi mostrado apenas umas poucas fotos do outrora onipresente mandatário ainda em seu leito hospitalar em Havana e rodeado por suas filhas, fotos que muitos dizem ser montagens grosseiras de Photoshop. 

O anúncio da morte do caudilho só ocorreu depois que os chefes militares fiéis ao movimento comunista bolivariano se declaram em apoio à continuação do regime pelo governo de Maduro, embora persistissem na exigência de novas eleições presidenciais para breve. 


Para distrair a atenção do povo ignaro e mal politizado (por longo tempo sofrendo a catequese comunista de elementos cubanos fortemente disseminados no serviço público do país) chovem "denúncias" de que "a Venezuela tem sido alvo frequente de conspirações dos Estados Unidos", desculpa essa que, no entanto, parece desmoralizada no país, uma vez que os EUA são os principais parceiros econômicos de Caracas. Prudentemente, Barak Obama disse que “pretende manter com Caracas um ‘relacionamento construtivo’”, mesmo em face da expulsão pirotécnica de um diplomata americano acusado de conspiração contra o regime. 


A paranoia antiamericana chegou ao cúmulo de fazer com que o próprio Maduro afirmasse que "o câncer de Chávez foi 'inoculado' pelos 'inimigos' do país”. “Não temos dúvida nenhuma de que o comandante Chávez foi atacado com esta enfermidade por agentes norte-americanos, tal como ocorreu com Yasser Arafat […] E já temos pistas o bastante sobre isso e que serão usadas para a devida investigação", disse Maduro. Segundo algumas investigações do Instituto de Radiofísica do Hospital de Lausane, na Suíça, a morte de Arafat pode ter sido causada por um envenenamento com Polônio 210, uma substância altamente radioativa encontrada em seus objetos pessoais. 


Tudo, na Venezuela, leva a crer que, havendo novas eleições presidenciais, uma eventual vitória de Capriles, não significará uma passagem de poder tranquila, mesmo que a ocorrência de outro golpe acarrete a saída do país do MERCOSUL por imposição da "cláusula democrática" do bloco, a mesma que ocasionou o afastamento do Paraguai. 


O anúncio do falecimento de Hugo Chávez causou em todo o mundo, e principalmente na América latina, reações antagônicas de alegria e alívio para uns e de dor e tristeza para outros. 


Enquanto isso, o governo do Irã decretou um dia de luto pela morte de seu aliado, com Ahmadinejad exaltando a figura de Chávez como "anti-imperialista" e herói da América latina. 


Ao mesmo tempo, a presidente Dilma Roussef, tomando o cuidado de ressaltar que "nem sempre o governo brasileiro concordou inteiramente com Chávez", veio em cadeia de TV se desmanchar numa sequência de elogios formais chamando Chávez de "amigo do Brasil", onde ficou evidente o interesse ideológico da mandatária em assumir tal posição. 


A morte de Hugo Chávez Frías demonstrou um homem que tinha mais medo da morte do que se podia esperar de um ateu comunista, que nos últimos momentos de aferrou à imagem de Jesus Cristo, talvez mais por explorar a intensa religiosidade do povo venezuelano do que por qualquer razão íntima de fé verdadeira. 


O certo é que a chamada "solução biológica", com uma mãozinha valiosa da incompetente e atrasada medicina cubana, está sendo vista por muitos como uma dádiva divina capaz de fazer com que a Venezuela se recupere e consiga sair do escuro e profundo buraco em que foi jogada pelo chamado "socialismo do século XXI". 
        *Por Francisco Vianna - Via Grupo resistência Democrática
COMENTÁRIO: A morte não o absolve dos seus equívocos. Era um líder atrasado, autoritário, prepotente, que, num país rico pelo petróleo, tem a maioria do seu povo terrivelmente pobre. Não fará falta à democracia. O legado dele é o do autoritarismo, da prepotência" Senador Álvaro Dias (PSDB-PR)

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