Uma das marcas desta década de
petismo à frente do governo federal é sem dúvida a institucionalização
da mentira como instrumento do embate político. São tantas, que é até difícil lembrar de todas.
“Gente, é só
uma mentirinha de nada.”
Dirceu cada vez mais convencido da própria inocência, Palocci repelindo “com
veemência” as acusações de ter quebrado o sigilo de um caseiro, a gritaria
acusando Alckmin de tramar a privatização das estatais (antes fosse verdade…),
a Dilma gerentona sacada da cartola de Lula…
Exemplos não faltam.
Apoiado na subserviência de grande parte da imprensa nacional, sempre pronta a
repercutir qualquer invenção saída da cabeça dos petistas (com medo de ser
acusada de fazer parte do malfadado PIG), e numa minuciosamente orquestrada
rede de difamação virtual, financiada com banners de estatais e maximizada por
meio de anúncios pagos nas redes sociais, o PT construiu uma
eficientíssima máquina de moer reputações, que usa com total desenvoltura
contra qualquer um que se coloque em seu caminho.
Essa estrutura serve, também, para dar eco às ações dos vários braços petistas
na dita “sociedade civil” (MST, CUT, UNE…), dando sempre ares de convulsão
social a qualquer baderna causada por uma dezena de pelegos cuidadosamente
colocados em locais estratégicos a fim de tumultuar as gestões que não são
subservientes ao petismo.
Recentemente, a engrenagem da falsa
propaganda petista entrou em ação novamente e o vereador tucano Andrea
Matarazzo foi tratado como o pior dos corruptos por gente que ainda hoje se
dirige a José Dirceu como “guerreiro do povo brasileiro”.
Indiciado pela Polícia Federal por corrupção passiva, Matarazzo deve, nos
próximos dias, ter sua reputação restaurada quando o Ministério Público determinar o
arquivamento do inquérito que o investigou.
Segundo apurado pelo IG, fontes do MP disseram que o inquérito não tem
sustentação jurídica, mas isso – claro! – não importa aos detratores da
moral alheia.
O estrago político já foi feito e restabelecer a verdade é sempre mais
complicado (e não se poderá contar com a retratação da canalha que concorreu
para caluniar e difamar, logicamente).
Outro alvo do PT (já há alguns anos)
é o governador de São Paulo Geraldo Alckmin. O PT não se conforma de até hoje
ter sido repelido pelos paulistas, sempre que tentou tomar o governo estadual.
Planeja uma nova e virulenta investida em 2014, quando contará com as máquinas
federal e municipal para apoiá-lo na empreitada. Mas isso não basta: é preciso
atacar o adversário político ao ponto de transformá-lo em inimigo.
O PT não tolera o embate democrático, pois não consegue conceber uma realidade
em que não seja onipotente. Por isso precisa “extirpar” quem lhe é oposição –
como Lula anunciou no passado, referindo-se ao DEM. Vejam um trecho da coluna Painel, da Folha de São
Paulo de ontem:
O PT decidiu replicar com Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo o cerco
que Sérgio Cabral (PMDB) enfrenta no Rio. O partido atua na
organização de protestos marcados para esta semana e a próxima, que
farão menção à investigação de cartel em governos tucanos. Dirigentes
da CUT vão engrossar ato do Movimento Passe Livre na quarta-feira. No
dia 28, na marcha pela reforma urbana, movimentos de moradia também ligados ao
PT vão à rua pedir CPI sobre o caso Siemens.
Temos, pois, uma central sindical
servindo de esbirro para o petismo. A intenção não poderia ser mais clara:
desestabilizar um forte adversário às vésperas de um ano eleitoral que desde já
se anuncia um dos mais duros desde a redemocratização.
Apesar de conhecida, essa estratégia,
por ser corriqueira, acaba passando batida pelo cidadão comum, que apenas verá
no Jornal Nacional, antes da novela, alguns segundos de frases prontas citando
lugares-comuns como “protestos contra corrupção” e “mobilização
da sociedade”.
Mais uma vez estará completa a estratégia: um braço petista na sociedade civil
é usado para tumultuar o ambiente e criar um fato político apenas para que a
rede de propagação de mentiras, organizada com apoio da imprensa e dos blogprog,
possa repercutir a – como é mesmo que eles falam? – “indignação das massas”.
O exemplo mais recente da
desenvoltura com que atua a máquina petista de moer reputações é a denúncia de
que o senador Aécio Neves estaria respondendo na justiça pelo desvio de 4,3
bilhões de reais em recursos da saúde, quando foi governador de Minas Gerais.
É mentira! Não houve desvio algum. Nem um mísero centavo de
dinheiro público saiu da esfera pública e deixou de ser investido em benefício
de Minas.
O que existe é uma ação judicial na
qual se questiona se o investimento de 4,3 bilhões feito
pelo então governador Aécio Neves em saneamento básico pode ou
não ser considerado como recurso aplicado na saúde pública. Repito: nenhum
valor foi “desviado”, como tenta fazer crer a rede de mentiras construída pelo
PT na imprensa escrita e na internet.
Na verdade, o único “crime”
aparentemente cometido por Aécio foi investir em prevenção, coisa que
todo gestor público deveria fazer. Afinal sabe-se quecada dólar investido em saneamento
básico representa uma economia de cinco dólares em gastos com saúde pública (como
pode ser confirmado aqui).
Assim, tem-se apenas mais um episódio
no qual o PT torturou os fatos a fim de atacar um adversário direto por meio da
propagação de mentiras. Aécio não é réu por desvio de dinheiro público, mas
isso não interessa ao petismo.
Também não interessa saber que o mineiro atuou diligentemente na prevenção dos
problemas de saúde pública, investindo em saneamento básico (coisa que até o governo Lula fez!).
Não! Nada disso importa, pois a máquina de falsa propaganda do PT não
se importa com fatos, mas com maneiras de conseguir atacar seus oponentes.
Pouco importa se a verdade for uma baixa colateral nessa guerra suja.
Como mencionado alhures, 2014 vai se
desenhando como um ano onde os embates eleitorais serão mais cruentos do que
nunca. O petismo, como é da natureza dele, terá na rede de propagação de
mentiras um dos pilares de todas as suas campanhas.
É preciso estar sempre vigilantes a fim de “combater o bom combate”,
como ensinou São Paulo, o apóstolo: não permitir que eles repitam suas mentiras
tantas vezes, a ponto de se tornarem verdade aos olhos da sociedade.
A verdade objetiva dos fatos continua sendo o melhor escudo contra quem faz da
leviandade sua principal arma de ação política.
Nenhum comentário:
Postar um comentário