sexta-feira, 30 de maio de 2014

O último golpe do bolivarianismo para a plenitude do comunismo.

REGIME CHAVEZISTA DA VENEZUELA PREPARA O CAMINHO PARA PRENDER OPOSITORES AO ESTILO CUBANO.
O governo do ditador enrustido Nicolás Maduro, da Venezuela, fez, na quarta feira de ontem uma série de novas acusações contra a ex-deputada oposicionista Maria Corina Machado que estaria, juntamente com o embaixador estadunidense na Colômbia e o ex-embaixador da Venezuela na ONU, Diego Arria, organizando um “complô” para assassinar autoridades bolivarianas (magnocídio), incluindo o Presidente da República.
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A ex-deputada e dirigente oposicionista venezuelana Maria Corina Machado dá uma entrevista de imprensa na quarta feira de ontem em Caracas. Maria Corina anunciou que vai comparecer perante a Promotoria pública para se defender das novas acusações do chavezismo de um pressuposto plano de “magnocídio” (assassinato de autoridades) e “golpe de estado” contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. (Foto de Miguel Gutiérrez/EFE)
            Todo o “imbroglio” armado por Caracas confirma os boatos de que a cúpula do chavezismo, atendendo recomendações de Havana, estava preparando uma série de manobras ‘legais’ para prende a ex-deputada Machado e o ex-chanceler Arria pelo fato de ambos terem tido um papel decisivo nas denúncias perante a comunidade internacional sobre as violações dos direitos humanos na Venezuela.
Tais denúncias, feitas pelo prefeito do município de Libertador de Caracas, Jorge Rodríguez, junto com diversos correligionários dirigentes do chavezismo numa rodada de imprensa, foi baseada em e-mails supostamente enviados por Maria Corina, nos quais defende estratégias políticas para derrubar Maduro.
No entanto, a ex-deputada da oposição garante que “os e-mails são forjados e que se tratam de mensagens que foram redatadas pelo próprio regime para criar um falso dossiê e abrir um processo judicial contra ela”. Declarou ainda que “este governo é pura mentira e ninguém acredita no que diz […] e estas supostas provas contra mim, forjadas por ele, no fundo o incriminam e acusam os que levantam hoje tais calúnias contra mim através de falsas denúncias”, ao acusar agentes do regime de terem cometido os delitos de simulação de fatos puníveis, usurpação de identidade e de incitação ao ódio. “O que acontece é que essa gente se sente inatingível e acha que pode fazer o que quer, ao arrepio da lei. Acreditam que podem fazer qualquer coisa, ameaçar e perseguir pessoas, e acusar quem queiram, na certeza de que nada vai acontecer contra esses detratores”.  
Por sua vez, Arria também rechaçou com veemência e indignação que seja o autor dos comentários incriminadores que foram expostos por Rodríguez em sua denúncia perante os jornalistas. Numa mensagem postada em sua conta de Twitter, Arria explicou que lhe roubaram seu telefone celular e através dele, os agentes do regime tiveram acesso as suas pastas de e-mails e de suas páginas em redes sociais e fabricaram mensagens que de modo algum foram escritas por ele.
Segundo o prefeito chavezista denunciante, o complô visava a derrubada de Maduro e seu eventual assassinato, no qual terminaria sendo o último de uma longa sequência de complôs anunciados pelo regime nos últimos meses. A acusação de magnocídio, que segundo Rodríguez faz parte de uma investigação criminal, está sustentada no conteúdo de um vídeo que mostra uma “sessão de treinamento para assassinar” Maduro. Alegando que o vídeo é muito violento para ser visto, Rodrígues não o mostrou, mas garantiu que Maria Corina Machado escreveu sobre os planos de assassinar Maduro num e-mail enviado ao ex-candidato presidencial Henrique Salas Romer. “Os e-mails estão sendo submetidos à justiça venezuelana por seu ‘teor golpista’ e planejamento de magnocídio”, disse o prefeito chavezista.
Em outros e-mails exibidos por Rodríguez, Maria Corina Machado supostamente revela que os protestos de rua são parte do complô para derrubar o regime.
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O prefeito do município de 'Libertador de Caracas', Jorge Rodríguez, mostra una imagem do novo embaixador dos Estados Unidos na Colômbia, Kevin Whitaker, durante una rodada de imprensa na quarta feira de ontem em Caracas. A cúpula do regime chavezista envolveu a política oposicionista Maria Corina Machado e Whitaker nas novas acusações que armou contra a oposição (de magnocídio e golpe de estado). Foto: SANTI DONAIRE/EFE.
Em parte deles é possível se ver que Maria Corina Machado teria enviado ao advogado constitucionalista Gustavo Tarre Machado uma mensagem expressando que “a luta prossegue como foi compromissada. Não tenho medo de quem quer que seja”, disse Rodríguez.
Como sempre, as alegações de Rodríguez denunciam que o suposto complô está sendo financiado do exterior pelo banqueiro Eligio Cedeño, que mora em Miami. Tal afirmação havia sido revelada em outro e-mail no qual a ex-deputada declara: “Eligio Cedeño está ciente do que debe fazer”.
Rodríguez, fe zuma estranha comparação ao dizer que Maria Corina Machado “quer para Venezuela o que está ocorrendo na Ucrânia e agora na Tailândia”.
Também o embaixador dos EUA em Bogotá estaria envuelto (é claro) no suposto complô, mantendo-se em comunicação com os “conspiradores”, segundo a versão chavezista. Rodríguez questionou se Barak Obama ou a subsecretária para o hemisfério ocidental, Roberta Jacobson, estariam cientes do fato de que a “oposição venezuelana pede conselhos a um funcionário de governo americano como Whitaker. Segundo o denunciante, há provas que incriminam o embaixador em diversos delitos...
Maria Corina Machado, por sua vez, destacou que os supostos e-mails são fabricações grosseiras e mal feitas porque nem sequer refletem seu estilo de escrever. “Nem sequer isso eles sabem fazer direito, nem sequer podem apresentar uma montagem crível”, disse ela.
“Precisamente, são esses os expedientes utilizados de modo reiterado por Fidel Castro para perseguir a quem ouse se opor a ele em sua infeliz ilha […] e pelos quais o ditador levou muita gente ao paredão de fuzilamento”, acrescentou a ex-deputada.
Sacudido por uma incessante onda de protestos que já dura quase quatro meses, o regime de Maduro tem se ocupado a “denunciar” uma série de complôs que pretendem justificar a reação estatal repressiva perpetrada contra os manifestantes e a sociedade civil, que já produziu pelo menos  42 mortos, e perto de 800 feridos. Mas essas denúncias  servem também para levar manifestantes e líderes da oposição a enfrentar ações de uma justiça amplamente aparelhada e submissa ao regime que faz com que a Venezuela, na verdade, seja uma ditadura travestida de democracia. E tudo é feito sob a recomendação de um exército de assessores cubanos enviados pelo regime de Havana que, de fato, são os autores intelectuais da repressão na Venezuela, segundo testemunhas de ex-agentes de inteligência e fontes com acesso direto a autoridades ativas das Forças Armadas Nacional Bolivarianas.
As ações recomendadas por Havana incluem as prisões Maria Corina Machado, de Arria e de companheiros de partido do líder opositor preso Leopoldo López, além da adoção de “medidas de envergadura” para incutir o medo na população e em particular nos manifestantes.
* FRANCISCO VIANNA (da mídia internacional)

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