domingo, 17 de agosto de 2014

Os jihadistas tupiniquins: agora é que o jogo sujo vai começar mesmo...

Aécio Neves, a esperança concreta de quem não suporta mais o PT
Em artigo publicado (...) no GLOBO, o historiador Marco Antonio Villa descreve com grande objetividade o que temos a perder com essa estratégia: nada menos do que a democracia, já bastante ameaçada pelo enorme aparelhamento da máquina estatal feito pelo PT. Esse clima de desinteresse é propício ao partido, e em boa parte se deve a ele, que não criou, mas banalizou a imoralidade na política.Atenção! Sei que o leitor típico deste blog é alguém atento aos acontecimentos políticos do país, e não será pego de surpresa. Mas ainda há muita gente que não se deu conta do perigo, que está apática, que prefere simplesmente ignorar a política e jogar todos no mesmo saco podre, como se iguais fossem. Terrível engano! Pregar que todos são igualmente ruins e divulgar o voto nulo ou branco é, hoje, fazer exatamente o jogo que o PT quer. É, indiretamente, votar no PT! Será algo bom para o país?
O termo usado por Villa pode parecer um exagero, mas não é. A proximidade do alto escalão petista com ditadores e até terroristas mostra bem que não se trata de forçar a barra, e sim usar uma definição correta para essa turma que pretende usurpar nossa jovem democracia e se perpetuar no poder. São como jihadistas fanáticos, que cospem no legado ocidental republicano, que não ligam para valores que os demais julgam imprescindíveis. Diz Villa:
A desmoralização das instituições foi sistematicamente praticada pelo partido. A compra de maioria na Câmara dos Deputados, que deu origem ao processo do mensalão, foi apenas o primeiro passo. Tivemos a transformação do STF em um puxadinho do Palácio do Planalto. O Executivo virou um grande balcão de negócios e passou a ter controle dos outros dois poderes. Tudo isso foi realizado às claras, sem nenhum pudor.
Não há área do governo que nos últimos anos tenha permanecido ilesa frente à sanha petista. Todos os setores da administração pública foram tomados e aparelhados pelo partido. Os bancos, as empresas estatais e até as agências reguladoras se transformaram em correrias de transmissão dos seus interesses partidários.
A coisa tem piorado. O PT não se intimidou com os ataques institucionais. Ao contrário: percebeu que há pouca reação, e seguiu em frente. A Petrobras é prova disso. A farsa montada para sua CPI também. Como diz o autor, “Esta estrutura tentacular tem enorme dificuldade de conviver com a democracia, a alternância no governo e com o equilíbrio entre os poderes. A insistência em impor o projeto dos conselhos populares — uma espécie de sovietes dos trópicos — faz parte desta visão de mundo autoritária”.
Estado Democrático de Direito e PT não se bicam, não se misturam bem. E o PT usará todos os artifícios para derrotá-lo. Fará o “diabo”, como confessou a presidente Dilma. Qualquer coisa, menos abandonar o poder. Mexer em perfis de jornalistas independentes na Wikipedia, como diz Villa, é fichinha, é aquecimento. Essa gente é capaz de coisa muito pior. Seu exército de blogueiros virtuais fará o jogo sujo de sempre nas redes sociais, difamando, mentindo, enganando. E é preciso lembrar, como faz Villa, que o presidente do TSE é ninguém menos do que Dias Toffoli, uma espécie de soldado petista disfarçado de ministro.
Aécio Neves tem tido certa habilidade ao costurar uma oposição com palanques regionais, e em apresentar uma imagem alternativa de gestão mais competente. Mas ainda não empolgou o suficiente. E eis onde os que desejam derrotar o PT precisam ajudar mais. É preciso abandonar a ideia de perfeição em política, de candidato ideal. Precisamos jogar com as fichas existentes. Sou crítico ao PSDB, mas acho absurdo colocá-lo no mesmo balaio do PT. E Aécio, dentro do PSDB, parece ainda melhor do que os demais.
Para quem considera o PSDB muito à esquerda do que gostaria, há também como opção no primeiro turno o candidato Everaldo, do PSC, que adotou um discurso liberal na economia e conservador nos costumes. Tem defendido até a privatização da BR Distribuidora, da Petrobras. Pode agradar mais a ala conservadora da classe média brasileira. É uma alternativa, muito melhor do que anular o voto, pois garante a ida da decisão para o segundo turno e envia uma mensagem de que há apelo para esse discurso mais conservador, hoje ausente nos debates.
“A máquina autoritária petista pode ser derrotada. Os dois próximos meses são decisivos. O PT vai usar todas as suas armas. Sabe que é uma batalha de vida ou morte, pois longe do aparelho de Estado não consegue mais sobreviver”, conclui Villa. Está certo. Resta saber se as pessoas decentes desse país estão dispostas a ajudar a enterrar politicamente o PT, que tanto mal fez à democracia brasileira – sem falar da economia. Sem fantasias, sem ilusões, sem romantismo. É hora de arregaçar as mangas e lutar para salvar nossa democracia.
*Rodrigo Constantino

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