Depois de Rachel Sheherazade ter falado
verdades doloridas sobre a
semelhança de princípios entre o atentado ao Charlie Hebdo e o ódio à imprensa
livre no Brasil, a BLOSTA, como não poderia deixar de ser, ficou com os nervos
em frangalhos. Aí tudo chegou até a ser engraçado.
Altamiro
Borges disse,
chegando ao nível do esgoto ao chamá-la (em uma imagem) de “jornazista”:
O oportunismo da
jornalista beira o absurdo. Rachel Sheherazade desconhece ou finge não conhecer
a história da publicação francesa, famosa por suas origens de esquerda e por
sua ácida irreverência contra tudo e contra todos – expressa no seu slogan “Um
jornal irresponsável”.
Bem diferente da “Veja”,
que é uma expressão das elites e das forças mais conservadoras e
preconceituosas do Brasil. O panfleto da famiglia Civita nunca teve nada de
“independente”. Comparar as duas publicações, aproveitando-se do trágico
episódio em Paris, é pura má fé ou cavalar ignorância.
O
Pragmatismo Político vai na mesma toada:
Rachel Sheherazade
comparou Charlie Hebdo à Veja. No entanto, publicações encontram-se em
espectros políticos e ideológicos completamente opostos. Outra distinção
fundamental é que, ao contrário do Charlie Hebdo, revista Veja sempre caminhou
ao lado dos poderosos.
De novo,
mais uma entregada!
Na
verdade, o discurso dizendo “ele é dos poderosos, eu sou dos oprimidos” é
sempre conversa fiada quando proferido pela extrema-esquerda. Quando notamos
que o estado totalitário é uma entidade mais poderosa que qualquer
empresa, percebemos que são os ultra-esquerdistas que defendem os poderosos,
esmagando os oprimidos. Basta ver como vive o povo da Coréia do Norte e da
Venezuela, em comparação com seus líderes, estes últimos vivendo como sultões.
Mas o
mais grave (eis a entregada) é a confissão deles dizendo que as diferenças não
estão nas ações em si, mas na forma como as vítimas são “vendidas ao público”.
Ou seja, um assassinato deixa de ser um assassinato se eles conseguirem
convencer uma parte de seu público de que a vítima está “do lado dos
poderosos”. Eles, sem querer, acabaram validando o atentado ao Charlie Hebdo.
Tanto
quanto os terroristas que mataram os jornalistas do Charlie Hebdo, os
colunistas da BLOSTA vendem suas vítimas como “os poderosos contra os
oprimidos”, a partir daí sentindo-se justificados a praticar qualquer
monstruosidade que lhes apetecer. Os blogueiros governistas podem até dizer que
eles estão vendendo o Charlie Hebdo como “defensor de oprimidos”, mas não é
assim que os islâmicos o tem vendido. Todo ato de violência extrema tem sido
barbaramente justificado por terroristas islâmicos e ultra-esquerdistas a
partir do momento em que eles definem seu adversário como “opressor contra
oprimidos”. E nisso os terroristas islâmicos e os ultra-esquerdistas são
exatamente iguais. Rachel Sheherazade acertou na mosca.
Em
resumo, os blogueiros governistas tentaram dizer que os casos são diferentes,
mas acabaram nos mostrando o quanto são similares, principalmente pelo seu
comportamento de tentar validar uma das violências a partir do momento em que o
agressor toma a decisão de vender seu oponente como “representante dos
poderosos”. O que, no caso da Veja, é uma mentira clamorosa, já que os
maiores detentores de poder administram empresas como Petrobrás, Correios,
Banco do Brasil e toda a receita obtida de impostos no Brasil. Os poderosos
estão no PT.
Como
estamos em pólos morais opostos em relação aos governistas, podemos
racionalmente entender o quanto Rachel Sheherazade foi irretocável em sua
argumentação. Pessoas moralmente sadias entendem que não faz diferença se uma
publicação ataca os poderosos (como a Veja, que tem denunciado um governo
excessivamente poderoso) ou se os auxilia (como o Charlie Hebdo, que defende os
burocratas detentores de poder no estado inchado), no momento de denunciarmos
crimes cometidos contra essas publicações. Ambos são crimes bárbaros e
devem ser denunciados.
E, é
claro, pessoas sem o menor traço moral vão continuar sem entender a
similaridade, e nem mesmo a inesquecível frase de Voltaire: “Posso não
concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte
o direito de você dizê-las.”
Para
eles, se você é discordante, merece violência. E se está do lado deles,
não merece violência. E quem quiser comparar os dois crimes é “fascista”.
* Fernando Batalha, por e-mail, via Grupo Resistência Democrática.
Um comentário:
S E N S A C I O N A L ! ! ! !
Vou copiar e repassar este brilhantíssimo artiogo
...absolutamente sensacional!!!
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