segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Empresa de SC é um dos principais alvos da nova fase da Lava Jato.

Um dos principais alvos da nona fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta quinta (5), é a empresa Arxo, sediada em Piçarras, no litoral norte de Santa Catarina, que prestava serviços à BR Distribuidora. Ela produz tanques de combustível.
A BR é a subsidiária da Petrobras que atua na distribuição, comercialização e industrialização de produtos de petróleo e derivados, além de atividades de importação e exportação. Segundo a petroleira, a empresa tem mais de 7.000 postos de combustíveis -a maior rede do país.
Dois dos executivos da Arxo foram presos temporariamente, sob suspeita de pagamento de propina à estatal. Os dois executivos já presos temporariamente são Gilson João Pereira, sócio e presidente da Arxo, e Sérgio Ambrósio Maçaneiro, um dos diretores da empresa. Eles deverão ser levados ainda hoje para Curitiba.
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Outro sócio da Arxo, João Gualberto Pereira Neto, que também tem mandado de prisão preventiva contra si, está nos Estados Unidos, e tem retorno aguardado ao Brasil ainda nesta quinta.
Um grande volume de dinheiro foi encontrado e apreendido nesta empresa. A PF ainda não sabe qual é o valor.
No final do ano passado, a Arxo fechou um contrato no valor de R$ 85 milhões para produzir 80 CTAs (Caminhões Tanques de Abastecimento de Aeronaves) com o objetivo de equipar e renovar a frota da Petrobras Distribuidora.
PF faz apreensão na empresa Arxo
OUTRO LADO
A Arxo soltou uma nota nesta manhã afirmando que está "prestando as informações solicitadas pela Receita e Polícia Federal".
"A intenção da empresa é contribuir com o trabalho das autoridades, ajudando-os com todo e qualquer esclarecimento necessário", afirma a nota. As atividades administrativas da empresa foram suspensas, mas a produção da fábrica continua em andamento.
A BR Distribuidora afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "ainda não foi comunicada oficialmente por qualquer autoridade ligada a operação Lava Jato sobre as informações divulgadas hoje pela imprensa". A companhia informou que está apurando internamente se tem ou teve contrato com a empresa Arxo, citada nas investigações, e de que natureza seriam esses contratos.
NOVA FASE
Essa nona fase da Jato -batizada de "My Way", a forma como Barusco se refere a Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras- está dividida em duas partes. A primeira tem como foco o pagamento de propinas na diretoria de Serviços da Petrobras. A outra, o pagamento de propinas na BR Distribuidora, que até então não havia sido diretamente implicada no esquema de corrupção.
A PF afirma que 11 novos operadores, que intermediavam o pagamento de propina a agentes públicos das estatais, foram identificados.
"São pessoas que têm muita ligação com agentes públicos", declarou o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, que participa das investigações. Ele não quis dizer quais são os outros agentes envolvidos.
Ao todo, há 25 empresas envolvidas nessa nova fase da operação, sediadas em São Paulo, Bahia, Santa Catarina e Rio de Janeiro -a maioria de fachada, de acordo com as investigações.
"Esta fase é fruto da análise de documentos e contratos apreendidos anteriormente pela PF. Também contribuíram para esta nova etapa da operação as informações oriundas da colaboração de um dos investigados, além da denúncia apresentada por uma ex-funcionária de uma das empresas investigadas", informou a Polícia Federal.
As empresas de fachada mantinham contratos envolvendo a diretoria de Serviços, comandada pelo ex-diretor Renato Duque, que já foi preso durante a Lava Jato. Não houve mandados contra ele.
O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, é um dos operadores investigados. Ele foi conduzido coercitivamente à PF para esclarecer o "pedido de doações legais e ilegais envolvendo pessoas que não tinham contrato com a Petrobras", segundo o delegado federal Igor Romário de Paula.
Vaccari e o PT negam irregularidades.
* POR ESTELITA HASS CARAZZAIDE CURITIBA

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